Luzias
Os tambores foram tímidos e a festa foi regrada. Mas, nem mesmo as restrições impostas pelas medidas de segurança de prevenção ao novocorona vírus impediram que a Paróquia Santa Luzia realizasse os festejos dedicados à devoção mais que centenária implantada no alto de um gramado, no coração da Rua Direita, no centro histórico de Santa Luzia.
Durante os últimos dias, os fiéis, todos previamente cadastrados, participaram na Novena realizada no Santuário de Santa Luzia. Neste último domingo do mês de agosto um número reduzido de pessoas ocupou a tradicional igreja dedicada à protetora dos negros escravizados e o espaço de eventos ao lado para ouvir os cânticos da Guarda de Marujos de Nossa Senhora do Rosário, de General Carneiro, município de Sabará, e as orações do pároco Felipe Lemos de Queiróz.
BREVE HISTÓRIA DA IGREJA DO ROSÁRIO
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário é um destaque no centro histórico da cidade. De acordo com o pesquisador Edelweiss Teixeira (1909-1986), a Igreja primitiva de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do arraial de Santa Luzia foi ampliada após a coleta de esmolas, a partir de autorização concedida em 1751. Cinco anos depois, em 1756, a Igreja recebeu a bênção do Vigário de Roça Grande. Na fachada do templo consta também a data de 1909, indicativa de novas obras no local, que deram a sua feição atual.
A beleza da festa de 2020, apesar das limitações, foi registrada por alguns dos presentes, que eternizaram os momentos vividos na manhã ensolarada de domingo em um dos mais belos cartões postais de Santa Luzia.
Agendamentos para visitas à Serra da Piedade começam nesta quarta
Gustavo Werneck, Estado de Minas
A Arquidiocese de Belo Horizonte informou que os agendamento para visita à Serra da Piedade, em Caeté, da Região Metropolitana de Belo Horizonte, vão começar amanhã, quarta-feira (2), e não hoje como estava marcado. Para a tarde desta terça-feira estava programada uma missa na pequena ermida, às 15h, com a participação de 30 pessoas e presidida pelo arcebispo metropolitano de BH, dom Walmor Oliveira de Azevedo, mas houve mudanças e a celebração litúrgica não será presencial, embora com transmissão pelos meios de comunicação da arquidiocese.
Nesta terca-feira (1), a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, instituído pelo papa Francisco em 2015 e com sentido ecumênico. A Casa Comum é o planeta e, até 4 de outubro, dia dedicado a São Francisco de Assis, padroeiro da natureza, será um “tempo de criação” com reflexões sobre a preservação do meio ambiente.
Nesta retomada nos eventos religiosos abertos ao público na Serra da Piedade, após quase seis meses de fechamento devido à pandemia do novo coronavírus, as celebrações terão lugar apenas na ermida do século 18, que guarda a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora Aparecida, esculpida por Antonio Francisco Lisboa (1738-1814), e é considerada a menor basílica do mundo.
De acordo com informações da Arquidiocese de Belo Horizonte, a retomada da programação será feita gradualmente, tanto que as pessoas interessadas em visitar o local devem fazer o cadastramento e marcar o horário da missa da qual querem participar, pois serão recebidas 30 pessoas por dia, das 8h às 17h. No próximo dia 7, quando ocorre grande romaria no local, passeio está garantida, bastando agendar pelo site www.santuarionspiedade.org.br ou pelo telefone (031) 3651-6335.
JUBILEU A a pandemia do novo coronavirus interrompeu presencialmente a programação da arquidiocese de Belo Horizonte para os 60 anos de proclamação de Nossa Senhora da Piedade como padroeira de Minas Gerais – ocorreu em 31 de julho de 1960. A oficialização foi feita pelo papa João XXIII (1881-1963), atendendo ao pedido dos bispos mineiros, entre eles o então arcebispo metropolitano de Belo Horizonte dom Antônio dos Santos Cabral (1884-1967), e do arcebispo coadjutor e administrador apostólico, dom João Resende Costa, bem como do governador do estado, José Francisco Bias Fortes (1891-1971). Nesse processo, destacou-se também o trabalho de dom Carlos Carmello de Vasconcelos Motta (1880-1982), mais conhecido como Cardeal Motta e que hoje batiza a praça em frente da ermida.
Com altitude de 1.740 metros, a Serra da Piedade abriga histórias de fé e até política. Foi no alto, por exemplo, que o ex-presidente Tancredo Neves (1910-1985) deu início à campanha de redemocratização do país, em 1984. Em dias muito claros, é possível vislumbrar a Serra do Caraça, o espelho d’água de Lagoa Santa, toda a cidade de Caeté, com o pontilhão ferroviário, e outros municípios da RMBH. O ponto principal, sem dúvida, é a ermida que dá exatamente o clima de “pedacinho do céu” de manhã bem cedo, quando nuvens baixas tomam conta do topo da serra.
A fama do lugar teria começado entre 1765 e 1767, conforme a tradição oral, com a aparição de Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, a uma menina, muda de nascimento, cuja família vivia na comunidade de Penha, a seis quilômetros da serra. Nesse momento, a menina teria conquistado a fala. Mais tarde, em 1773, o templo seria construído pelo ermitão português Antônio da Silva, o Bracarena.
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