Farra imobiliária na cidade pode aumentar

Farra imobiliária na cidade pode aumentar
Conjunto de prédios, sem qualquer estudo de impacto, estão sendo construídos por toda parte em Santa Luzia, principalmente na região de São Benedito

Observatório Luziense

A expansão imobiliária em Santa Luzia, que tem causado preocupação em moradores e em setores do poder público, está longe de terminar. Não bastassem as dezenas de projetos já em construção na cidade, a mudança nas regras de financiamento de imóveis, divulgada pela Caixa Econômica Federal esta semana, pode gerar uma enxurrada de novos empreendimentos no município.

Hoje, a maioria dos conjunto habitacionais em construção na cidade se enquadram no “Minha Casa, Minha Vida”, cuja linha de financiamento é a mais barata do mercado. As novas regras do banco valem para imóveis enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH), cujo teto de financiamento, em Minas Gerais, é de R$ 950 mil. Como a oferta de terrenos em Santa Luzia é ampla, a possibilidade de empreendimentos de grande porte chegarem na cidade aumentou consideravelmente.

As taxas mínimas para financiamento de imóveis do SFH caíram de 10,25% ao ano para 9% ao ano, enquanto as máximas passaram de 11% para 10,25% ao ano. Ou seja, quem financiar um imóvel no valor de R$ 300 mil vai economizar cerca de R$ 50 mil com as novas taxas. A economia chega a R$ 45 mil para financiamento de imóveis no valor de R$ 450 mil e R$ 135 mil para financiamentos na ordem de R$ 800 mil. Os cálculos foram feitos para pagamento do empréstimo em 30 anos. A Caixa também mudou o limite de cota de financiamento do imóvel usado, de 50% para 70%. O limite para imóvel novo continua em 80% do valor da unidade.

Mercado comemora

Como era de se esperar, empresários ligados ao setor imobiliário comemoraram as mudanças. Em entrevista ao jornal Diário do Comércio, o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Minas Gerais (Sinduscon-MG), Evandro Veiga Negrão de Lima Júnior, avaliou que a medida tem impacto positivo, uma vez que leva um número maior de pessoas a se tornarem aptas a tomar financiamentos imobiliários. “Esse é um passo importante para a melhoria do setor. Deve haver uma oferta maior de lançamentos, que ficaram reprimidos nos últimos anos”, disse o dirigente, que espera uma nova queda de juros ainda este ano. “A taxa Selic vem caindo sistematicamente e os juros do financiamento imobiliário não acompanharam essa redução. É importante que haja o alinhamento entre as taxas”.

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Também em entrevista ao Diário do Comércio, a presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi), Cássia Ximenes, disse que existe uma demanda de consumidores reprimida em decorrência da crise dos último anos. “As pessoas estão com mais confiança devido à estabilidade econômica. Com a queda dos juros, podemos dizer com mais tranquilidade para nossos clientes que é um excelente momento de compra”.

A Caixa não reduzia os juros do crédito imobiliário desde novembro de 2016, há cerca de um ano e quatro meses. Naquele ano, os juros das linhas para financiar a casa própria foram reduzidos uma única vez. O banco também anunciou, ano passado, a suspensão de financiamentos pela linha Pró-Cotista, a mais barata depois do “Minha Casa, Minha Vida”. Contudo, a linha foi restabelecida em janeiro desse ano.

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