Cleusa Batista revive há 65 anos a alegre Cigana do Egito, no grupo de pastorinhas

Cleusa Batista revive há 65 anos a alegre Cigana do Egito, no grupo de pastorinhas
Cleusa dançando em frente a um presépio: patrimônio cultural de Santa Luzia. Foto: Marcos Ikeda

Hoje, 20 de janeiro, é dia de São Sebastião, o santo protetor contra a peste, a fome e a guerra. Portanto mais do que oportuno homenageá-lo nesse tempo de pandemia do novo coronavirus. Com o dia de São Sebastião, que tem muito uma legião de devotos em Santa Luzia, principalmente no bairro da Ponte, termina definitivamente o ciclo natalino, já que muitos grupos de pastorinhas, folia de reis e outros fazem suas últimas apresentações em louvor ao Menino Jesus. Em Santa Luzia, impossível falar em Pastorinhas sem citar Cleusa de Cipriano, nascida e criada no bairro São Geraldo, e que há mais de 65 anos integra o grupo que sai pelas ruas cantando nos presépios.

Leia o artigo de Beto Mateus, publicado na página do Facebook da Associação Comunitária Cultural de Santa Luzia:

A história cultural de Santa Luzia passa, com honra e alegria, pela história de vida de Cleusa da Conceição Batista Braz , ativa agente cultural que, há mais de 65 anos, revive a personagem “Cigana do Egito” de tradicional grupo de Pastorinhas que anima as festas do período natalino luziense, principalmente nas visitas aos presépios da cidade. Aos 74 anos de idade, Cleusa comandou, no final de 2019, o ressurgimento do grupo cultural, que participou da 2ª Jornada dos Santos Reis.

Cleusa Batista, também conhecida como Cleusa de Cipriano. Foto: Carlos Dias

Cleusa seguiu em Santa Luzia, os passos de Maria de Lourdes Reis Nunes, que organizou, ainda na década de 1950, o primeiro grupo de Pastorinhas da cidade, juntando os participantes na região do Campinho, atual bairro São Geraldo. Para a empreitada, que demandava esforços na organização dos jovens, Maria de Lourdes contava com o apoio de vizinhos como dona Júlia Marques, Alcides Maia e Cipriano Batista, pai de Cleusa. Ainda adolescente, Cleusa resolveu inovar e preparou longas tranças com fibras de pita colhidas na região. O adereço é uma das marcas da elegante cigana que cantou em praticamente todos os presépios de Santa Luzia desde a década de 1950. Outro é uma sacola com as iniciais EMJ, que significa Escolas do Menino Jesus. A sacola foi bordada pela saudosa Maria Amélia Gabrich (1929-2016). As esmolas sempre ajudaram nos preparativos para o ano seguinte.

Em janeiro de 2017, em entrevista ao jornalista Gustavo Werneck, Cleusa relembrou sua participação no grupo Pastorinhas da Aldeia. “Formávamos uma turma grande, com 24 moças, duas ciganas, o Menino Jesus, a estrela, o caboclo e os reis magos. No dia 24 de dezembro, saíamos logo depois da Missa do Galo, então celebrada à meia-noite, e visitávamos, cantando e dançando, até 20 casas. A gente varava a noite e terminava às 10 da manhã. No dia seguinte, começava tudo de novo, às quatro da tarde”.

Além de participar e coordenar o Grupo de Pastorinhas, Cleusa integra a Guarda de Moçambique Nossa Senhora da Guia e Senhora do Rosário, do Bairro Asteca, também em Santa Luzia.

#memoria #patrimoniocultural #santaluzia #luziense #presepio #tradicao #costumes #santaluzia #pastorinhas #gratidao

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked with *