Primavera chega e traz alívio com a previsão de chuvas para os próximos dias

Primavera chega e traz alívio com a previsão de chuvas para os próximos dias
Karine Carvalho Pereira ao lado do marido Sidnei Novy e da filha Olívia, de 3 anos. Foto: Estado de Minas

Gustavo Werneck, Estado de Minas

Bem-vinda, primavera, com previsão de chuva e queda de temperatura, hoje, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na Zona da Mata e no Sul de Minas. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)/5º Distrito de Meteorologia, as águas virão com mais intensidade no fim de semana, ocasionadas por áreas de instabilidade no litoral brasileiro e chegada de massa de ar frio.

Marcada pela transição do período seco para o chuvoso, a nova estação, que começa às 16h21 (horário de Brasília) desta quarta-feira, deverá dar uma trégua nos incêndios que castigam o estado e trazer alívio para a população penalizada pela fumaça.

Um dos benefícios da primavera, que chega sob o signo das águas, será o aumento da umidade relativa do ar – ontem ficou em 20% na capital e 10% no Triângulo Mineiro, semelhante a deserto. Segundo o meteorologista Claudemir de Azevedo, do Inmet)/5º Disme, o último dia do inverno foi um dos mais quentes do ano, com temperatura máxima de 35 graus, próxima, portanto, do recorde em 15 de setembro (36,2 graus).

TRÊS EM UM As últimas semanas surpreenderam os moradores de BH, pois, além do “efeito Saara”, misto de ar seco e calor escaldante, viveram, num mesmo dia, três estações: vendo a capital toda florida como na primavera e as folhas secas típicas de outono espalhadas por todo canto. “É normal, significa o ciclo da natureza em Minas. Só o frio mesmo é que já foi embora”, explica Claudemir.

A prometida queda na temperatura alegra a professora de inglês Karinne Carvalho Pereira. “Gostaria mesmo é que tivéssemos uma paisagem de primavera, com muitas flores em casa e nas ruas, com a temperatura do outono”, conta Karinne ao lado do marido Sidnei Novy e da filha Olívia, de 3 anos.

Cercada de orquídeas de vários tons, a família divide o tempo entre a capital e a casa dos parentes em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH. “O tempo anda louco, num mesmo dia temos vento, calor, enfim, tudo junto e misturado. Ainda prefiro um clima mais ameno. Quente do jeito que estava, ninguém aguenta”, afirma Sidnei.

SOPRO DE ALÍVIO Na confusão do tempo, há sempre um sopro de alívio. “Felizmente, em alguns momentos, bateu um vento para dar a sensação de que o tempo está mais fresquinho. Mas o calor veio forte. Se estivesse pegando ônibus todo dia, creio que estaria derretendo”, diz a secretária (atualmente em trabalho a distância) Maria Elizabeth Dutra Uebe.

Moradora do Bairro Jardim América, na Região Oeste de BH, Maria Elizabeth notou a queda de muitas folhas nas ruas e serviço dobrado para os garis. “Tenho saído muito pouco de casa, mas deu para ver as flores dos ipês no fim de inverno e as cores da primavera nos jardins. Pena que o frio se foi…é a estação que mais gosto”.

TOM DAS RUAS Na Região Metropolitana de BH, os ipês, especialmente o amarelo, ainda dão o ar da graça em vias públicas, nas praças e no meio das matas. Também é comum ver as buganvílias ou primaveras amarelas, roxas, vermelhas, brancas e outras cores sobre os muros, se enroscando em árvores frondosas e enfeitando os jardins. Shows da natureza que, com a chegada das águas, vão ganhar a companhia de muitas outras plantas nos canteiros.

O tom negativo da temporada está nos incêndios florestais e áreas de matas urbanas. Na Rodovia dos Inconfidentes, que liga BH a Ouro Preto, o cenário ganhou contornos assustadores, pois a fumaça invade a pista e cria uma cortina de fumaça, no pior sentindo, aumentando a sensação de calor e atrapalhando a visibilidade.

Em cada canto que se olha, há uma área queimada, árvores reduzidas a cinzas e motoristas impressionados com o que veem. “A situação é muito triste, uma drama com novos atos a cada ano. Muitas pessoas não têm juízo, colocam fogo no lixo, nos restos de capina, enfim, causam o desastre. Quem perde somos todos nós, que ainda nem nos recuperamos do pesadelo do coronavírus”, disse um viajante com esperança de que a chuva ponha fim ao drama ambiental.

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