Pandemia se agrava e Santa Luzia tenta comprar 400 mil doses da vacina russa

Pandemia se agrava e Santa Luzia tenta comprar 400 mil doses da vacina russa
Se a Prefeitura realmente conseguir comprar a Sputinik V, as primeiras doses chegarão no final de abril. Foto: Armando da Conceição recebendo a primeira dose da Coronavac. (Jair Amaral/EM)

Luzias

Com 92% dos leitos de UTI do Hospital de São João de Deus ocupados, a Prefeitura de Santa Luzia anunciou nesta sexta-feira(12) que “ofereceu a proposta de aquisição” de 400 mil doses da vacina Sputinik V, fabricada pela Rússia. Caso consiga mesmo adquirir um lote desse tamanho, a cidade, que tem uma população em torno dos 220 mil moradores, começaria a receber a vacina no final do mês que vem.E teria condições de imunizar, com duas doses, todos os seus habitantes.

Ainda não há confirmação de que a compra será concretizada, porque municípios e estados do Brasil inteiro também estão tentando fazer a mesma coisa. Nesta sexta mesmo, o ministério da Saúde divulgou a compra de 10 milhões de doses da Sputinik V.

Dados divulgados ontem pela Prefeitura em sua página no Facebook mostram que a Covid-19 avança em Santa Luzia: com 92% dos leitos de UTI ocupados, a taxa de ocupação da enfermaria no HSJD é de 58%. Já há 5.313 casos confirmados na cidade. Em 24 horas, 73 pegaram o vírus. E os mortos chegam a 188 até agora. Um total de 90 moradores estão sendo monitorados e cinco mortes investigadas.

Índice baixo de vacinação

Depois da reunião dos 35 municípios que fazem parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Prefeito luziense, Christiano Xavier, decidiu seguir o exemplo de outros prefeitos e adotar medidas mais duras: decretou toque de recolher na cidade, na última segunda-feira(8). De 20h às 5h da manhã, todos devem permanecer em casa e só podem funcionar serviços essenciais, como farmácias.

Por não haver uma coordenação do governo federal para a compra de vacinas, cada estado e município do país está tomando suas próprias decisões para conter o virus responsável pela Covid-19. Isso explica a confusão nacional e o índice baixo de vacinados no Brasil: 9.294.537 pessoas tomaram a primeira dose e 3.317.344 a segunda. Ou seja, apenas 3.317.344 pessoas no país estão imunizadas, numa população de aproximadamente 210 milhões de habitantes.

Quando pôde comprar vacinas, o governo federal desdenhou dos imunizantes. Agora, com o número de mortos no país caminhando para 300 mil – mais de dois mil óbitos registrados diariamente -, Brasília tenta recuperar o tempo perdido, mas não há vacinas no mercado. A Europa e os Estados Unidos compraram tudo. O Brasil, então, voltou-se para a Rússia.

Sputinik V: que vacina é essa

A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya, laboratório que fica em Moscou, atingiu 91,6% de eficácia contra a Covid-19. Segundo reportagem do jornal O Globo, o perfil de segurança foi considerado satisfatório. Nenhuma das reações adversas graves encontradas no estudo foi atribuída às doses, de acordo com um comitê independente de monitoramento dos dados. “E os efeitos colaterais mais observados foram desconforto no local da injeção, dor de cabeça, cansaço e sintomas gripais leves.

Especialistas dizem que, embora ainda não dê para fazer comparações diretas, a Sputinik, muito criticada no início pela pela pressa das autoridades russas em produzir a vacina e pela falta de transparência na sua produção, está entre as três vacinas que superam 90% de eficácia. E, assim como a Coronavac e a de Oxford, é de fácil armazenamento. Depois de tomar a primeira dose dessa vacina russa, a pessoa espera 21 dias para dar continuidade à imunização, com a segunda dose.

A grande questão agora é saber se a Rússia, mesmo usando outros países para produzir a sua vacina, será capaz de entregar tudo que está se comprometendo a fornecer não só ao Brasil, mas a vários outros países. Aqui, do nosso lado, a Argentina é um dos países que estão imunizando suas populações com a Sputinik V.

Elaine Rodrigues, 43, sempre alegre, nos deixou nesta semana

Adeus a tanta gente querida

A vacina, seja ela de que origem, se transformou no grande sonho de todo mundo. Só ela nos livrará do medo constante que nos acompanha, noite e dia, à medida que o tempo passa e o número de infectados e de mortos só aumentam. Apenas a vacina vai por fim à nossa dor de ver parentes, amigos e conhecidos, mais velhos e mais moços, de uma hora para a outra, consumidos pela doença causada pelo vírus implacável( agora, com novas versões).

Ronaldo Rodrigues, 54, irmão de Elaine, foi outra vítima da pandemia

Santa Luzia tem chorado muito a perda de seus filhos. Só nesta semana, os irmãos Elaine, 43 anos, e Ronaldo Rodrigues, 54 anos, filhos do casal Altamiro e Luzia Rodrigues, do bairro São Geraldo, morreram, tão jovens, vítimas da Covid-19. O desparecimento dos dois, pessoas tão benquistas, causou verdadeira comoção.

A Covid-19 também levou embora nossa Dorinha de Dona Jove

Outra morte lamentada profundamente na cidade, também causada pela Covid-19, foi a de Maria Auxiliadora, a tão querida ‘Dorinha de Dona Jove.” É difícil acreditar que pessoas, até outro dia plenamente saudáveis, deixaram o nosso convívio assim, tão inesperadamente.

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