Maya Santana
Quando observo estas fotos de Santa Luzia, me lembro do lamento de Carlos Drummond de Andrade no seu mais que belo poema “Confidência do Itabirano”. Em poucas linhas, o poeta expõe seu profundo desencanto com a desfiguração de sua mineira Itabira:
“Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
[esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;]*
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa…
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
Santa Luzia antiga com o prédio do fórum em primeiro plano – Foto do blog sousabara.com.br
Da Santa Luzia que você vai ver a seguir, restam, como da Itabira de Drummond, apenas fotografias, zelosamente guardadas pelo historiador e pesquisador da arte sacra Marco Aurélio Fonseca – divulgadas na pagina do Facebook Memória de Santa Luzia MG. Imagens, infelizmente, sem a data em que foram registradas. Evocam um outro tempo, uma outra Santa Luzia. Dói. E dói muito.
Taxi de Jair Tófani (Preto), no ponto ao lado da matriz, na Rua Direita
A pracinha da Rua Direita, com a igreja matriz ao fundo
Igreja de São João Batista, no bairro da Ponte
Na chegada ao bairro Bom Jesus, ou Pimentas
Cine São João
Hoje onde funciona o armazem de Neilor na Rua do Comércio
Companhia Telefônica de Santa Luzia
Praça Getúlio Vargas – Ponte
Banco Irmãos Guimarães, na Rua do Comércio, onde hoje é a sede do Itaú. O carro estacionado provavelmente pertencia ao gerente da agência, Aureliano Nestor de Castro Filho (Noquinha)
Posto de gasolina Santa Cruz, do Sr. Almeida, em frente a loja Jamag
Rua da Lapa
Última casa branca à esquerda era a casa era de D. Verônica(mãe de Amadeu que trabalhou na prefeitura)
A primeira casa é de Dimas Carvalho.
Fábrica de Tecidos, dirigida pelo saudoso Dr. Castro, no Carmo
A Fonte dos Camelos supria a população luziense de água potável
Outra imagem da Pracinha da Rua Direita, mais antiga do que a anterior
Sanatório Mário Pires, nos fundos do Hospital de São João de Deus
Antigo Grupo Escolar Santa Luzia, na Ponte
Clube São João, na Ponte
Cooperativa de leite, onde hoje há um supermercado, na Ponte
Instituto São Jerônimo, para crianças sem assistência, na Rua Floriano Peixoto, ou Rua de Trás – fundado pela extraordinária Dona Mariinha Moreira, em 19
Antiga ponte sobre o Rio das Velhas
O imponente prédio do Fórum de Santa Luzia, na Rua Direita
A velha Igreja do Carmo, ao lado do cemitério
Trecho da Rua Floriano Peixoto próximo ao Hospital de São João de Deus
Trecho da Rua Direita
Trecho da Rua Direita, com a Igreja do Rosário ao fundo
Um pedaço da Rua Silva Jardim
9 Comments
Lígia Viana Santos
31 de março de 2018, 11:00Cantinho de Minas onde habitaram meus antepassados e que habitam ainda meus familiares. Esse chão tem histórias em cada cantinho …
REPLYTeodoreto Correa de Faria
2 de abril de 2018, 11:55Muito bacana recordar a cidade onde passei minha juventude !
REPLYCarlos Daniel da Silva
2 de abril de 2018, 20:26Tenho muitas saudades de Santa Luzia. Em estarei visitando.
REPLYCleusa
25 de abril de 2018, 12:40Santa Luzia, cidade onde nasci, cresci e moro até hj!
REPLYAmo muito minha terrinha!
Marco Paulo Teixeira de Salles
22 de fevereiro de 2019, 15:46Maya, você me mata de saudades, muito obrigado por ter me proporcionado estes momentos.
REPLYMaya Santana@Marco Paulo Teixeira de Salles
22 de fevereiro de 2019, 16:49Marco, enorme prazer encontrá-lo aqui. Volte sempre. O Luzias é de todos nós luzienses! Forte e saudoso abraço para você!
REPLYRegina Marques@Maya Santana
24 de maio de 2020, 18:56Tenho estudado sobre meus familiares que moraram em Santa luzia no sèculo passado.
REPLYVocês têm alguma dica para que eu possa buscar informações de minhas raízes; a minha bisavó e sua mãe moraram em Sta Luzia.
Maya Santana@Regina Marques
31 de maio de 2020, 19:19Regina, desculpa a demora em respondê-la. A pessoa que vai orientá-la é Marco Aurélio Fonseca, da Secretaria de Cultura de Santa Luzia. Forte abraço para você e muito boa sorte!
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