Um novo museu vai contar história das manifestações religiosas de Santa Luzia

Um novo museu vai contar história das manifestações religiosas de Santa Luzia
A casa que será transformada em museu fica na Rua do Serro, 535, ao lado da Igreja Matriz, e pertenceu a Eurides Souza Lima - Foto: Beto Mateus

Beto Mateus, Luzias

As tradições religiosas de Santa Luzia estão a um passo de serem melhor conhecidas e difundidas através de um novo museu que está sendo criado na cidade. Na última quinta-feira (21/02), em reunião na sede da 6ª Promotoria de Justiça de Santa Luzia, foi formalizada a doação de uma casa tombada, localizada ao lado do Santuário de Santa Luzia, no centro histórico da cidade, para a Paróquia Santa Luzia e Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte.

A casa pertenceu à família do comerciante Eurides Souza Lima e foi repassada em doação para a Igreja Católica, após acordo viabilizado pelo Ministério Público Estadual (MPE), que requereu ações para conservar e restaurar o imóvel, tombado como patrimônio cultural de Minas Gerais desde 1998. Devido ao grande número de herdeiros e a necessidade urgente de obras para sua manutenção, o MPE acompanhou os trâmites de doação desde que, a partir da restauração, o imóvel tenha finalidade cultural.

Padre Felipe Lemos recebendo de Patricia Bredel, representante da família Souza Lima, as chaves do imóvel, observado pelo promotor Marcos Paulo de Souza Miranda

Diversidade das manifestações religiosas

O pároco de Santa Luzia, padre Felipe Lemos de Queirós, classificou a doação como um momento de alegria para a paróquia e esclareceu que “o museu será viabilizado pela própria paróquia, pela Mitra e por doações dos que se dispuserem a colaborar. Planejamos fazer um memorial do Jubileu de Santa Luzia, pela sua história e riqueza” – disse ele.

Entre as atrações do novo espaço devem estar as peças de propriedade da Igreja, que anteriormente eram expostas no Museu Histórico Aurélio Dolabella, fechado desde 2014. Mas, o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda já adiantou que a mostra deve ser ampliada para refletir a diversidade das manifestações religiosas de Santa Luzia, que são muitas, algumas registradas desde o século 19.

“O espaço irá não somente expor peças, mas contar a história dos templos e tradições religiosas de Santa Luzia, a exemplo dos presépios, oratórios, procissões e romarias”, disse o promotor, lembrando que os tradicionais oratórios-lapinha, com peças em calcita branca, eram um produto exportado pela cidade , que impressionava os viajantes estrangeiros pela sua qualidade.

Algumas das peças pertencentes à Igreja que devem ser expostas no museu

Apoio aos romeiros
A coordenadora do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, a luziense Maria Goretti Gabrich, garante que a instituição vai colaborar no projeto museológico do novo espaço e detalha as próximas etapas. “A paróquia assumiu o compromisso de realizar a limpeza completa e dedetização no prazo de 30 dias. Assim que o projeto de restauro for elaborado, o que deve acontecer no prazo de oito meses, deverá ser apresentado à Secretaria Municipal de Cultura e Iepha/MG para análise e aprovação”, antecipa Goretti.

Segundo ela, o projeto de execução não poderá exceder a 24 meses. E, além do espaço cultural, que vai ocupar alguns dos cômodos, a antiga residência será será reformada para receber uma estrutura para dar apoio aos milhares de romeiros que vem à cidade por devoção a Santa Luzia.

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