Beto Mateus, Luzias
As tradições religiosas de Santa Luzia estão a um passo de serem melhor conhecidas e difundidas através de um novo museu que está sendo criado na cidade. Na última quinta-feira (21/02), em reunião na sede da 6ª Promotoria de Justiça de Santa Luzia, foi formalizada a doação de uma casa tombada, localizada ao lado do Santuário de Santa Luzia, no centro histórico da cidade, para a Paróquia Santa Luzia e Mitra Arquidiocesana de Belo Horizonte.
A casa pertenceu à família do comerciante Eurides Souza Lima e foi repassada em doação para a Igreja Católica, após acordo viabilizado pelo Ministério Público Estadual (MPE), que requereu ações para conservar e restaurar o imóvel, tombado como patrimônio cultural de Minas Gerais desde 1998. Devido ao grande número de herdeiros e a necessidade urgente de obras para sua manutenção, o MPE acompanhou os trâmites de doação desde que, a partir da restauração, o imóvel tenha finalidade cultural.
Diversidade das manifestações religiosas
O pároco de Santa Luzia, padre Felipe Lemos de Queirós, classificou a doação como um momento de alegria para a paróquia e esclareceu que “o museu será viabilizado pela própria paróquia, pela Mitra e por doações dos que se dispuserem a colaborar. Planejamos fazer um memorial do Jubileu de Santa Luzia, pela sua história e riqueza” – disse ele.
Entre as atrações do novo espaço devem estar as peças de propriedade da Igreja, que anteriormente eram expostas no Museu Histórico Aurélio Dolabella, fechado desde 2014. Mas, o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda já adiantou que a mostra deve ser ampliada para refletir a diversidade das manifestações religiosas de Santa Luzia, que são muitas, algumas registradas desde o século 19.
“O espaço irá não somente expor peças, mas contar a história dos templos e tradições religiosas de Santa Luzia, a exemplo dos presépios, oratórios, procissões e romarias”, disse o promotor, lembrando que os tradicionais oratórios-lapinha, com peças em calcita branca, eram um produto exportado pela cidade , que impressionava os viajantes estrangeiros pela sua qualidade.
Apoio aos romeiros
A coordenadora do Memorial da Arquidiocese de Belo Horizonte, a luziense Maria Goretti Gabrich, garante que a instituição vai colaborar no projeto museológico do novo espaço e detalha as próximas etapas. “A paróquia assumiu o compromisso de realizar a limpeza completa e dedetização no prazo de 30 dias. Assim que o projeto de restauro for elaborado, o que deve acontecer no prazo de oito meses, deverá ser apresentado à Secretaria Municipal de Cultura e Iepha/MG para análise e aprovação”, antecipa Goretti.
Segundo ela, o projeto de execução não poderá exceder a 24 meses. E, além do espaço cultural, que vai ocupar alguns dos cômodos, a antiga residência será será reformada para receber uma estrutura para dar apoio aos milhares de romeiros que vem à cidade por devoção a Santa Luzia.
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