Luziense é patrono do Serviço de Saúde da Marinha

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  • 17 de março de 2018
Luziense é patrono do Serviço de Saúde da Marinha
Joaquim Cândido Soares de Meirelles fez seu nome na medicina

Beto Mateus*

A rua do Beco, no então arraial de Santa Luzia do Sabará, deu mais que um cidadão para o Brasil. Nascido a 5 de novembro de 1797, filho de Manoel Soares de Meirelles e D. Anna Joaquina de São José Meirelles, o luziense Joaquim Cândido Soares de Meirelles gravou seu nome entre os vultos da medicina brasileira, ainda na primeira metade do século XIX.

Herdou do pai a vocação para a medicina e sob os cuidados do seu tio, João Batista Soares de Meirelles, realizou os estudos secundários no Seminário de São José, no Rio de Janeiro.

Em 1817, ingressou, por concurso, na Academia Médico-Cirúrgica do Rio e foi nomeado praticante de cirurgião no Hospital Militar da Corte, cargo que exerceu até 1819. Neste mesmo ano assentou praça no Batalhão de Caçadores, agregado ao Regimento de Cavalaria de Linha de Minas Gerais.

Em 1822, o Dr. Joaquim Cândido foi nomeado cirurgião-mór do Regimento e coube a ele a organização do Hospital Militar de Ouro Preto. Em 1825, estando instalado novamente no Rio de Janeiro, a Câmara Municipal de Ouro Preto fez uma representação ao governo Imperial para que o Dr. Meirelles retornasse à capital da província de Minas para ajudar a combater o flagelo causado por uma epidemia.

O Museu Histórico da Academia Brasileira de Medicina Militar, no Rio ostenta o busto do Cirurgião-Mór Joaquim Cândido Soares Meirelles

Ainda em 1825, o Dr. Meirelles partiu para a Europa para iniciar os estudos de especialização na França. Com as obras Dissertation sur l’histoire de l’elephantiasis (Dissertação sobre a Elefantíase) e Dissertation sur lês plaies d’armes à feu (Dissertação sobre as lesões por arma de fogo) obteve, respectivamente, o título de Doutor em Medicina e Doutor em Cirurgia, no ano de 1827.

Destacado pela alma generosa e provas da sua ciência e tino médico, quando do seu retorno ao Rio de Janeiro, solicitou e obteve uma enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, onde clinicou gratuitamente e exerceu sua perícia e conhecimento.

A preocupação com o exercício da medicina e a necessidade de se constituir uma sociedade de médicos com o objetivo de debater assuntos ligados à saúde e doenças humanas, e definir a participação crítica e política da classe frente às questões da saúde pública, o Dr. Meirelles, juntamente com outros médicos, coordenou, organizou e fundou, em sua residência, a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro (atual Academia Nacional de Medicina), em 30 de junho de 1829.

Faleceu em 13 de julho de 1868, sendo enterrado no Rio de Janeiro.

*Jornalista luziense, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais.

Extraído de nota biográfica preparada para a exposição “Nós fizemos história”, realizada pela Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia em outubro de 2009, no Solar da Baronesa.

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