Gustavo Werneck, Estado de Minas
Ao som dos motetos (cânticos em latim) e imersos na atmosfera da Paixão de Cristo, moradores católicos de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, seguem ritos seculares e acompanham, na noite desta sexta-feira (19), a procissão do enterro, com as imagens do Senhor Morto e de Nossa Senhora das Dores. Tendo à frente o titular da paróquia, padre Felipe Lemos, o cortejo passa pelas ruas Direita, Floriano Peixoto e Serro, com retorno à Praça da Matriz. Na chegada, haverá o canto da Verônica e a veneração do santo sepulcro.
A procissão descendo a Rua Direita:
Como manda a tradição, mulheres vestidas de preto cercam o esquife, logo após a cerimônia do descendimento da cruz, colocando perfume nos tecidos que envolvem a imagem de Jesus, e também orquídeas no tom lilás. Em seguida, é repartido um pedaço de algodão com o perfume. O costume é que os fiéis guardem o fragmento para proteção e bênção durante o ano, assim como uma flor ou ramos de alecrim, rosmaninho e manjericão. O cortejo é acompanhado pela banda Estrela de São João e Coro Angélico.
Iluminado pela lua cheia, o cortejo pára em frente da Igrejinha do Bonfim:
A programação da sexta-feira da Paixão começou bem cedo, às 5h, com a procissão da penitência, saindo do santuário em direção à comunidade Nossa Senhora das Graças, onde ocorreu a bênção dos penitentes. Depois, foi a vez dos meninos e meninas na via-sacra das crianças. No início da tarde, às 15h, no santuário, houve o sermão das Sete Palavras, seguindo-se a solene ação litúrgica com a adoração da cruz. Já à noite, antes do descendimento da cruz, foi feita a apresentação das figuras bíblicas. (Trecho da reportagem de Gustavo Werneck no Estado de Minas. Clique aqui para ler a íntegra)
Capela de São João Batista: última celebração
Nesta Sexta-feira da Paixão, foi realizada a última celebração na Capela de São João Batista, antes de seu fechamento, temporário, para a execução de extenso trabalho de recuperação da estrutura da igreja.
O incansável Paulo Giovannini é quem vai estar à frente das obras. Segundo Paulo, ontem, “os fiéis tiveram a oportunidade de visitar o Santo Sepulcro ali montado, onde a imagem do Cristo morto simbolizava a velha igreja agonizante. Analogia semelhante fazemos nós católicos, pois, se Cristo ressuscitou, nosso sagrado Templo também ganhará vida nova.”
Temos certeza que, com as doações dos luzienses, tão necessárias para a continuidade das obras, e o espírito obstinado de luta do nosso querido Paulo, além o trabalho impecável do engenheiro Gersinho, a Capela de São João Batista será recuperada da melhor maneira possível. “Remando contra a correnteza, sabemos que um dia alcançaremos nosso objetivo.” Estamos certos disso, Paulo. Santa Luzia agradece.
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