Este artigo foi publicado há 42 anos, na edição do jornal Estado de Minas de 31 de janeiro de 1977. Relaciona os nomes dos muitos luzienses que brilharam em suas atividades profissionais e, por isso, ganharam projeção em Minas Gerais – alguns deles, no Brasil. Quando a gente lê a lista, vê que muitos nomes não estão aqui, como, na área jurídica, o do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Orlando Adão Carvalho, da juiza federal Sônia Diniz Viana, da professora de Direito Civil e primeira mulher a ocupar o cargo de Procuradora Geral da Universidade Federal de Minas Gerais, Lúcia Massara, e o da desembargadora federal, Maria Berenice Carvalho Castro Souza, para citar apenas alguns. Antônio Nonato Carvalho, que atuou mais de 40 anos como Juiz de Paz, função pela qual nunca recebeu qualquer remuneração. Sem falar de Dr. Oswaldo Ferreira, eleito duas vezes Prefeito da cidade, nascido em São Gonçalo(RJ), que se tornou um dos maiores luzienses. Não deixe de ler o artigo, uma boa mostra de como Santa Luzia foi um verdadeiro celeiro de gente importante, que deu grande contribuição para o estado e para o país.
Luzias
Como Santa Luzia, poucas cidades deram ao Estado filhos tão ilustres, em todos os setores da atividade humana. Desde o conselheiro Meireles, reformador do ensino médico no Brasil, fundador da Escola de Medicina do Rio de Janeiro; desde o cônego Rocha Franco, filósofo, humanista e grande orador; de Carvalho Bendonda, jurista ilustre, dos senadores Manoel Teixeira da Costa e Modestino Gonçalves, até os luzienses ilustres de hoje, Santa Luzia esteve sempre, através de seus filhos, no primeiro plano de todas as atividades políticas, culturais, religiosas e sociais do país.
Junto com o conselheiro Joaquim Cândido Soares de Meireles, outra grande figura da medicina do século 19, destaca-se Dr. Augusto Daniel de Araújo Lima, catedrático da Faculdade de Medicina do Rio e médico particular da família do marechal Floriano Peixoto. Outros médicos ilustres de Santa Luzia também deixaram marcados seus nomes na história da cidade: os doutores Modestino Carlos da Rocha Franco, Francisco Viana Santos, Ari Teixeira da Costa e Carlos Martins Teixeira, médico particular do Presidente Juscelino Kubitschek.
O cônego Antônio da Rocha Franco foi um dos maiores oradores sacros do Brasil. Em 1816, na missa fúnebre da Rainha D. Maria I, foi ele o orador da solenidade. Outros grandes luzienses que se entregaram ao Serviço da Igreja Católica foram o padre-mestre Alexandre Gomes, padre Miguel Eugênio Mascarenhas, amigo de Tiradentes, e padre Augusto José do Espírito Santo, orador sacro e compositor.
Na música, destacaram-se o luziense Francisco de Paula Marinho, compositor de peças até hoje executadas nas solenidades da Semana Santa em nossas cidades históricas. Eduardo José da Silva Castro(Dudu Castro), autor do “Motete das Dores”; os maestros Manoel da Fonseca e Benício Moreira, o pianista João Cota de Souza, Francisco Glicério da Silva, Aurélio Dolabela, mestre Virgílio Antônio Prisco, Clemente Avelino Xavier da Costa, Francisco de Paula Cândido, Cândido Xavier da Costa, Raimundo Ramos, Mário Silva, Pedro Paulo de Oliveira, Maestro Benito Moreira e Antônio Massara.
No ensino, aparecem as figuras de Francisco de Paula Oliveira, mantenedor do primeiro colégio organizado de Santa Luzia, por onde passaram alunos notáveis como Ludgero Dolabela, Aurélio Pires, Carvalho de Mendonça e Augusto Daniel de Araújo Lima. E ainda mestres ilustres como Tibúrcio de Oliveira, Higina Dias de Resende Franco, Ester Franco, Olga Viana de Lima, Maria da Imaculada Conceição, Cecilia Teixeira, Elisa Viana, Maria da Glória de Castro Veado, Síria Gonçalves Teixeira de Castro e Silva, Luiza Diniz Kentish, Mercedes Dolabela e Carmélia Gonçalves; e os fundadores do Colégio Geraldo Teixeira da Costa, os professores João Evangelista Dolabela, Aureliano Nestor Veado, João Carlos Giovannini e Ephigênia de Jesus Werneck.
No terreno da cultura, Santa Luzia sempre teve filhos brilhantes: José Ferreira da Silva, autor do famoso “Tratado das Abelhas”, Franklin Teixeira de Salles, José Bento Teixeira de Salles, Manoel Teixeira de Salles, Fritz Teixeira de Salles, Iolanda Fonseca, Francisco Tibúrcio de Oliveira, todos eles escritores, poetas, oradores e ensaístas de primeira qualidade.
No jornalismo, os irmãos Geraldo e Camilo Teixeira da Costa, Antônio Tibúrcio Henriques, Roberto Elísio de Castro e Silva, Jaime Carlos Afonso Teixeira, Anna Marina Vianna e Carlos Magno de Almeida. Da nova geração de jornalistas, José Carlos Santana, João Augusto Moreira Filho e Wagner Pena.
Os luzienses sempre foram dedicados à assistência social e à ajuda aos mais necessitados. O comendador Manoel Ribeiro Viana, 1º barão de Santa Luzia, fundador do bicentenário Hospital de São João de Deus; o coronel José de Souza Viana; Maria do Carmo Moreira( Dona Mariinha), fundadora e mantenedora do Instituto São Jerônimo; Dr. Ari Teixeira da Costa, a vida inteira dedicada aos pobres da cidade; Antônio de Castro e Silva; Dr. Francisco Viana dos Santos, Sinhá Teixeira da Costa e Maria Adélia Gonçalves são alguns dos nomes que se fizeram grandes em atividades filantrópicas.
Também na vida política do país, os filhos de Santa Luzia tiveram intensa participação. Entre outros, o Senador Manoel Teixeira da Costa, que sempre se destacou no Legislativo mineiro; Ari Teixeira da Costa, tambem grande parlamentar e negociador político; Raul Teixeira da Costa Sobrinho, duas vezes Prefeito, e Antônio Roberto de Almeida(Ninico), também prefeito; Senador Modestino Gonçalves e seu filho, Modestino Gonçalves Filho – cada um deles brilhando intensamente a seu tempo. Em época anterior, aparece o luziense coronel José de Souza Viana, lutando ao lado de Teófilo Otoni, na Revolução Liberal de 1842.
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