Ong Solidariedade faz evento internacional em SL voltado para o idoso

Ong Solidariedade faz evento internacional em SL voltado para o idoso
Rosa Werneck(e), ao lado de Marly Avelino da Costa, vice-presidente da Ong, e de voluntários, recebendo doações, que são distribuídas entre a população mais pobre. Foto: Ong Solidariedade

O evento, no Hotel Floresta Mágica, terá a participação, pela primeira vez no Brasil, dos responsáveis pela Ong americana National Hispanic Council on Aging

Nara Ferreira
Estado de Minas

A organização não governamental (ONG) Solidariedade – Todos Juntos Sempre, com sede em Santa Luzia (MG), recebe, neste fim de semana (16 e 17), no Hotel Floresta Mágica, o evento “Os desafios de ser idoso no século XXI”, promovido pela ONG americana National Hispanic Council on Aging (NHCOA), a qual atua no apoio aos idosos hispânicos e suas famílias, na implementação de iniciativas de qualidade de vida, de políticas públicas e na condução de pesquisas alinhadas com a saúde e bem-estar na terceira idade. A ideia é compartilhar ações existentes nos Estados Unidos e no Brasil.

No primeiro dia, será realizada uma mesa-redonda com autoridades – em que ambas organizações apresentarão estatísticas e o cenário da população idosa em seus respectivos países. Temas como saúde e longevidade; abuso, fraude e segurança econômica serão levantados como ação de visibilidade à população que representa mais de 15% do total de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Panorama da situação do idoso no país

“Na ocasião teremos a presença de um juiz de direito, de delegadas de polícia, médicos, enfermeiros, deputados estadual e federal e outras lideranças municipais e estaduais. A mesa-redonda será direcionada a essas autoridades, porque o pessoal da NHCOA quer ouvir o panorama do idoso no país”, informa a advogada e voluntária da ONG Solidariedade, Marina Carvalho Freitas, que está à frente na organização do evento.

A ONG mineira, fundada pela advogada Rosa Maria de Jesus Werneck em 2016, hoje tem hoje aproximadamente 30 voluntários. A entidade planeja ações sociais à comunidade local e à zona rural, oferecendo aulas de inglês, de Libras e alfabetização para jovens, adultos e idosos. A iniciativa foi responsável por chamar a atenção da organização americana – gerando, inclusive, uma homenagem, em 2022, como reconhecimento pelo trabalho e pelo compromisso da ONG Solidariedade em melhorar a vida das pessoas de mais idade em Santa Luzia.

“Sou adepta do método de Paulo Freire para ensinar os alunos. Não existe outro método para o adulto. Aqui, a gente respeita muito a questão do pensamento deles e do poder falar”, destaca Rosa Maria, que também é professora na ONG. Ela conta que, no segundo dia de evento, haverá a entrega de diploma para os alunos idosos da alfabetização, além de palestras de capacitação para cuidadores de idosos, líderes comunitários- em especial, mulheres que lideram os cuidados na comunidade.

Longevidade e qualidade de vida

O ensino da leitura e da escrita, como Rosa explica, é gerador não só de autonomia, mas da liberdade de deixar as pessoas serem invisíveis perante a sociedade e de poderem ter acesso à informação – além da possibilidade de entenderem seus direitos e deveres como cidadãos. “O NHCOA ficou conhecendo o projeto e nós fizemos algumas reuniões. Mostrei como era a alfabetização, mas também expliquei que aqui [no Brasil] o alfabeto tem direito ao voto, entre outras coisas possíveis”, relembra.

O treinamento, no segundo dia, terá como destaque o cuidado afetivo e sua aplicação na assistência a pessoas mais velhas, levando em consideração uma época em que temas como longevidade e qualidade de vida estão em destaque. A construção do cuidado afetivo dentro dos lares, mas também, trabalhada por médicos, fisioterapeutas e outros profissionais, é um dos principais pilares para a qualidade de vida quando se é idoso.

Vale pontuar que será abordada a sexualidade de idosos, um assunto tido como tabu e negligenciado por cuidadores, familiares e profissionais da saúde. “Apesar de meus alunos serem idosos, a questão [LGBTQIAP+] surgiu. E eles ainda se sentem piores por levantarem esse assunto. Tenho vários amigos que são idosos e que se sentem assim”, comenta Rosa. ■ * Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

Veja o depoimento de alunas idosas da Ong:

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