Quantos dos 17 vereadores de Santa Luzia conhecem o projeto do enorme empreendimento imobiliário que a empresa Emccanp Residencial, com sede em BH, tem a pretensão de fazer na antiga fazenda de Vicente Araújo?Quantos deles puseram os pés uma única vez que seja na área de 498 mil metros, praticamente ao lado do patrimõnio mais valioso da cidade? Fazemos essas perguntas depois de ver o vídeo da reunião virtual (veja abaixo) que os vereadores de Santa Luzia realizaram para discutir o projeto imobiliário. O único vereador a falar a favor dos moradores foi Glayson. Digno de nota, porque demonstrou sensibilidade e respeito, ao contrário de muitos de seus colegas.
Moradores da cidade que assistiram à gravação da reunião estão perplexos com a superficialidade, desconhecimento, ignorância, visão curta dos vereadores em relação a um empreendimento de tamanha importância para o município. Ao invés de fazer as críticas infundadas e infantis às pessoas que estão se mobilizando para defender a cidade, os vereadores deveriam se inteirar do projeto e se preocupar com o enorme impacto que terá na vida de milhares de luzienses. Mesmo tendo chegado à Câmara com o voto dos moradores, eles estão de costas para Santa Luzia, ligados apenas em seus próprios interesses, totalmente alheios ao que a cidade quer e precisa.
Por que será que defendem com tanto ardor a Emccamp? Por que nunca procuraram os moradores para saber por que estão tão angustiados com esse projeto imobiliário? Por que quem preside a comissão de Meio Ambiente da Câmara não deu uma palavra até agora? Por que o secretário Municipal de Meio Ambiente desapareceu? Por que um vereador como Paulo Cabeção, que esteve na sede da antiga fazenda na sexta-feira teve um discurso para os manifestantes e, na câmara, falando para os seus pares, foi tão contraditório. Ninguém acreditou que era o mesmo representante do Bom Destino que se mostrou tão interessado na causa dos moradores. Veja se consegue entender o que disse Paulo Cabeção:
“Eu acho que requer mais sensibilidade do povo com isso aí (o projeto imobiliário) e entender. Eu acho que o que falta muitas das vezes da gente é entender o lugar certo de estar e até onde é um posicionamento inteligente da gente. Porque, às vezes, fica parecendo só tumulto.” Entendeu?
Outro exemplo de vereador sem qualquer empatia com os moradores, Ivo Melo manifestou seu pensamento: “Como tem gente que gosta de atrasar o progresso da cidade. Junta um pouco de pessoas para atrapalhar o progresso da nossa cidade. Passa lá agora naquela fazenda. Vê lá que coisa mais horrível do mundo. Aquele trem lá que pegou fogo, quase que mata o pessoal lá, os entes queridos de pessoas que estão mortas quase queima tudo com fogo.” Horrível, vereador Ivo Melo, é ter um representante dos moradores tão insensível, tão fechado na sua própria caixinha.
O argumento mais sem sentido usado para defender o loteamento na velha fazenda foi do vereador Junin do Lau: “Do lado de lá da Ponte pode tudo. Do lado de cá não pode nada. Onde tava esse mesmo pessoal que deixou lotear, construir aquele tanto de prédio no bairro Chácaras? Ninguém falou nada, né? Então, é só falar que vai construir do lado de cá que todo mundo aparece,” afirmou o imaturo vereador.
Veja você mesmo esse vídeo deprimente, que nos dá a dimensão do quanto o legislativo está distante dos reais interesses da cidade:
Veja também:
“Projeto de construir 537 habitações pode destruir área verde do centro de Santa Luzia“
“Na volta do ginásio, era o maior prazer atravessar a fazenda de Vicente Araújo”
2 Comments
MARIA GUIOMAR DA CUNHA FROTA
25 de agosto de 2021, 08:17Excelente essa crítica à postura dos vereadores, espero que pelo menos uma parte deles leia e repense. Vereadores que viram as costas para as demandas do povo não podem representa-lo. Não terão mais o nosso voto.
REPLYSandra aparecida Barbosa
26 de agosto de 2021, 10:54Eles não sabem o que é memória e dão menos impotancia ainda para a História.Por isso agem assim na superficialidade.Não estão nem aí em preservar o acervo da cidade.Que Deus cuide de nós e nossas lembranças.
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