Luzias
As águas do Rio das Velhas baixaram, mas os problemas causados pela maior enchente dos últimos 20 anos parecem estar longe de serem solucionados. Apesar da utilização de mais de 50 máquinas da Prefeitura Municipal para a remoção da lama nas principais vias que ligam a Parte Alta à Parte Baixa de Santa Luzia, muito ainda falta ser feito para que a cidade volte à normalidade.
Durante todo o dia, os luzienses enfrentaram quilômetros de congestionamento que se estenderam pela Avenida Nossa Senhora do Carmo (Morro do Sabão) e pela Avenida Alto do Tanque. Agora à noite, mais uma cena dramática do que está sendo transitar pela cidade: uma enorme carreta ficou praticamente ‘entalada’ no pontilhão que passa sobre a linha férrea.
A prefeitura divulgou comunicado nas redes sociais durante essa segunda-feira pedindo paciência e compreensão dos luzienses. Mas a população tem demonstrado descontentamento com a morosidade do atendimento aos necessitados desde à noite de sexta-feira, quando a enchente se iniciou.
Outros moradores vão além, apontando nas redes sociais algumas das causas do agravamento da situação em áreas que antes não sofriam tanto com enchentes.
Os moradores do Córrego Frio, por exemplo, um dos mais afetados pelas enchentes, miram suas críticas nos aterros construídos às margens do Rio das Velhas, ao longo da Avenida Beira Rio, como um dos fatores responsáveis pelo que se viu: marcas de seis metros de altura da água enlameada nas casas do bairro.
Os aterros seriam ainda os responsáveis por ‘empurrar’ as águas do Velhas para o bairro Morada do Rio, onde ruas que não seriam naturalmente alagadas ficaram cobertas de água. Outro ponto que refletiria o erro dos aterros pode ser visto pela violência com que a correnteza invadiu o trevo do Vésper, que foi arrasado.
O certo é que a cidade não estava minimamente preparada para agüentar o volume de água. Ainda estão vivas na memória as imagens da grande enchente de 1997, considerada a maior do século 20.
Até hoje, no entanto, Santa Luzia não criou um sistema capaz de alertar a população nem uma rede de prevenção e fuga. Em Pinhões as águas que invadiram a rua do Comércio surpreenderam os moradores e causaram muitos danos. Falta articulação. O resultado é o que estamos vendo nos últimos dias: na hora da enchente cada minuto vale ouro e salva vidas.
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