Luzias
Um mal entendido acabou levando à paralisação de uma obra que o pároco de Santa Luzia, padre Danil, pretende realizar, para melhorar o acesso de veículos à área de festas da Igreja do Rosário, na Rua Direita, em pleno Centro Histórico. “Foi falta da gente conversar melhor”, reconheceu padre Danil, no encontro que manteve com o engenheiro civil do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico, Iepha, Rodrigo Zaghi Alves, na manhã desta terça-feira, 26 de junho, diante do amontoado de pedras centenárias retiradas, por engano, do calçamento do adro da Igreja. “Entendi que podia arrancar as pedras e depois colocá-las, de forma a nivelar o caminho,” justificou-se o padre.
A obra vista de outro ângulo:
A Igreja do Rosário, construída de frente para a Igreja Matriz, por negros no século 18, foi aberta em 1756( “com bênção especial”). Tanto a construção como a área em torno são tombadas pelo Patrimônio Histórico estadual e municipal. Assim, qualquer alteração no seu interior ou exterior necessita de autorização do Iepha e da Secretaria luziense de Cultura . A autorização foi solicitada, mas a determinação do Iepha não foi bem entendida.
Tudo começou na manhã de segunda-feira, quando uma escavadeira subiu a rampa e, lá em cima, mais perto da entrada da Igreja, começou desenterrar as pedras. Os vizinhos do templo, sempre vigilantes, se preocuparam com o que estavam assistindo e foram até a Secretaria de Cultura, que funciona no Solar da Baronesa, pedir a intervenção do Diretor do Patrimônio Histórico de Santa Luzia, Marco Aurélio Fonseca. Imediatamente, Marco Aurélio compareceu ao local e pediu que o trabalho fosse suspenso. Em seguida, entrou em contato com o Iepha. Assim que chegou ao adro do Rosário, o engenheiro do Iepha constatou que as determinações não haviam sido cumpridas. Logo depois, veio o padre Danil. E após rápida conversa com o engenheiro e Marco Aurélio, admitiu: “Foi um erro de comunicação meu. Eu assumo.”
Ao final da inspeção, o engenheiro Rodrigo Zaghi Alves instruiu padre Danil a encaminhar ao Iepha uma proposta de recomposição da área, “com um memorial descritivo, bem detalhado, de todas as intervenções que vão ser feitas no lugar – tipo de material que vai ser usado e como esse material será utilizado,” explicou, dando 10 dias para que a documentação seja providenciada. E prometeu: “Assim que o Iepha receber essa documentação, ela será analisada.” Até lá, as obras no adro do Rosário ficarão paralisadas.
Leave a Comment
Your email address will not be published. Required fields are marked with *