Velho retrato de uma Santa Luzia vibrante, moldada pelo grande Dr. Oswaldo Ferreira

Velho retrato de uma Santa Luzia vibrante, moldada pelo grande Dr. Oswaldo Ferreira
A imagem que ilustra a matéria, publicada pelo Estado de Minas em fevereiro de 1977

Luzias

Este artigo, publicado pelo Estado de Minas com o título “O lendário Rio das Velhas corta a cidade em duas”, em fevereiro de 1977, faz uma espécie de raio X da Santa Luzia de 42 anos atrás, ao final da administração de Dr. Oswaldo Ferreira, o maior Prefeito que a tricentenária cidade já teve em todos os tempos. O autor,que não assinou a matéria, conta: ” Santa Luzia tem o Vésper Country club, com duas piscinas, restaurante, campo de vôlei e futebol; o Clube Mineiro dos Caçadores, Clube Social Luziense, Clube São João, Clube Social Icaraí, Associação Atlética Frimisa e Associação Atlética Bangu, onde são promovidas horas-dançantes nos fins de semana.” Mais adiante, falando de esporte, enumera: “o campeonato local de futebol é disputado com garra por oito times, todos com campos particulares. Santa Cruz, Monte Castelo, Santa Luzia, Itamarati, Bangu, Cristal, Coimbra e Frimisa são os clubes maiores.” Para quem viveu naquela época, é difícil não se perguntar: cadê essa Santa Luzia que Dr. Osvaldo preparou para o futuro e, parece, andou para trás?

Leia:

De Belo Horizonte a Santa Luzia vai-se em menos de 30 minutos de carro. De ônibus, demora-se um pouco mais. Eles partem toda hora do ponto da Avenida dos Andradas, perto da Estação Central. Quem gosta de viajar de viajar apreciando a paisagem, pode ir a Santa Luzia no trem que vai para Corinto, Montes Claros e Monte Azul.

Santa Luzia fica na Zona Metalúrgica de Minas, a 19°40’02” de latitude sul e 43°51’09” de longitude Oeste de Greenwich, a uma altitude de 681 metros acima do nível do mar É uma terra montanhosa. Sua população oscila entre 40 e 50 mil habitantes e o seu clima é ameno. O Rio das Velhas corta a cidade em duas – Parte Alta e Parte Baixa.

Cidade antiga, de ruas tortas

Dr. Oswaldo na reestruturação da Fonte da Intendência, em primeiro de maio de 1976. Foto: Página Oswaldo Ferreira do Facebook

O distrito foi criado por Carta Régia, de 14 de fevereiro de 1724, com o nome de Bom Retiro. Mais tarde, Matozinhos, Capim Branco, Pau Gosso, Jaboticatubas, Pedro Leopoldo, Riacho Fundo, Lagoa Santa,Vespasiano, Venda Nova e Baldim pertenciam ao município de Santa Luzia. Atualmente, afora a cidade, só o bairro de São Benedito é distrito do município, tendo até uma subprefeitura.

Cidade antiga, de ruas tortas, seus pontos mais altos são a Serra das Araras e o adro do Santuário de Santa Luzia. Hoje, a cidade é um centro industrial em expansão. Alem do Santuário, o turista tem para ver a Igreja do Rosário, a Fonte dos Camelos, o sobrado da Baronesa, o solar Teixeira da Costa e o Mosteiro de Macaúbas. E mais: a capela interna do Hospital de São João de Deus, a Capela do Senhor do Bonfim – na esquina da Rua Direita com a Floriano Peixoto – o monumento à Revolução de 1842, o chafariz da Intendência, a Gruta das Lendas, nos fundos da capelinha de Pinhões, e a Cachoeira dos Sonhos, a 8 km da cidade.

Por causa de sua proximidade com Belo Horizonte, a cidade não tem hotéis para hospedar os turistas, que preferem ficar hospedados na capital.

Procissão passando em frente Cine Santa Cruz, com a Igreja do Rosário ao fundo. Foto: Arquivo pessoal de Thomas Kentish

Quatro distritos industriais
O desenvolvimento industrial do município começou há poucos anos, com a implantação de indústrias importantes. Em 1925, foi inaugurada a primeira fábrica de tecidos da cidade, a Santa Luzia Industrial. Mas as primeiras fábricas ali apareceram só em 1960. Hoje, a cidade tem mais de 30 indústrias em funcionamento.

O Distrito Industrial de Santa Luzia está dividido em quatro: Carreira Comprida, Capitão Eduardo, Borges e Córrego Frio. E ele tem uma grande vantagem para Santa Luzia: fica longe da cidade e não provoca a poluição, que se verifica na Cidade Industrial de Contagem, que afeta toda Belo Horizonte.

Santa Luzia é bem servida de luz e em pouco tempo terá em funcionamento o sistema DDD para comunicar-se com todo o mundo. E terá ligação direta coma Belo Horizonte.

Vida social agitada e oito times de futebol
A vida social da cidade é intensa. O seu povo prefere as serestas ao baile. Quase todas as noites pode-se encontrar na rua com uma turma de bom papo, nas tradicionais serenatas.

Dr. Oswaldo com o governador Israel Pinheiro, na inauguração da sede do fórum, na Rua Direita. Foto: Página Oswaldo Ferreira do Facebook

Santa Luzia tem o Vésper Country club, com duas piscinas, restaurante, campo de vôlei e futebol; o Clube Mineiro dos Caçadores, Clube Social Luziense, Clube São João, Clube Social Icaraí, Associação Atlética Frimisa e Associação Atlética Bangu, onde são promovidas horas-dançantes nos fins de semana.

Falamos de esporte: o campeonato local de futebol é disputado com garra por oito times, todos com campos particulares. Santa Cruz, Monte Castelo, Santa Luzia, Itamarati, Bangu, Cristal, Coimbra e Frimisa são os clubes maiores.

Número grande de escolas municipais e estaduais
Quanto a comer bem, há muitas opções, entre restaurantes e churrascarias: Sossego, Tranquilão, Lamparina, Baronesa(este tem boate) e Ladeira do Imperador. Para beber, Drinks Macaúbas, Muro de Pedra ou Posto Beira Rio.

Santa Luzia está bem dotada de escolas, tendo atualmente 32. São 13 escolas municipais de primeiro grau, 12 estaduais de primeiro grau, duas estaduais de segundo grau, um curso supletivo, duas escolas profissionalizantes, uma escola de educação integrada e o curso do Mobral. São, ao todo, 11 mil os estudantes na cidade.

Avenida Raul Teixeira da Costa Sobrinho, com o hospital ao fundo, nos anos de 1970. Foto: Página Oswaldo Ferreira do Facebook

Visitando Santa Luzia, o turista descobrirá outros motivos de interesse: ruas, praças, igrejas coloniais e mil outras atrações. O luziense é hospitaleiro, amigo, e está sempre pronto a contar as histórias de sua terra e a desvendar os seus mistérios. Um detalhe: Santa Luzia cultiva uma das cozinhas mais generosas do mundo, que inclui o frango com quiabo e angu e o feijão tropeiro.

Um artesanato bonito e variado
Em Santa Luzia, o turista terá um encontro com a natureza: vales e montanhas verdes, onde, tendo-se sorte, pode-se encontrar ipês amarelos floridos, que dão um colorido original à paisagem. Ver o Rio das Velhas é coisa que se deve fazer logo de início. Foi por ele que o imperador Pedro II chegou a Sabará de navio, passando por outras cidades mineiras, inclusive Santa Luzia.

Há na cidade, também, artesanato. E dos bons. Lindas e originais panelas de barro podem ser encontradas em Pinhões,a 20 minutos da cidade. Os bordados do Asilo São Jerônimo e os vinhos fabricados no Mosteiro de Macaúbas são algumas das boas compras que a gente acaba fazendo.

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