Luzias
O Conselho de Meio Ambiente do Município de Santa Luzia, Codema, em reunião realizada na quarta-feira, 14 de agosto, decidiu, por seis votos a um, que vai analisar novamente a Licença Prévia Ambiental concedida à Emccamp Residencial para levar adiante o megaprojeto imobiliário “Cidade Jardim”, na antiga fazenda de Vicente de Araújo, à beira do Rio das Velhas.
Isso significa que a decisão final sobre o projeto, contestado por boa parte da população, não está mais apenas nas mãos dos integrantes do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, Compac. O que o Codema determinar, depois da nova análise, também vai contar na aprovação ou desaprovação das pretensões da Emccamp.
Grande impacto na cidade
A decisão do Codema foi tomada com base no fato que, desde que foi aprovado por esse conselho, em 2021, o projeto “Cidade Jardim “passou por várias modificações. Essas alterações precisam ser analisadas.
Logo no início da reunião o conselheiro Márcio Reis, advogado, lembrou que o próprio “Ministério Público expediu uma recomendação ao município de revisão dessa licença, diante da modificação do projeto anteriormente apresentado ao Conselho.”
Como o Codema é diretamente ligado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o titular da pasta, Secretário Wagner Silva da Conceição, que comandou a reunião, interveio para explicar a razão de a recomendação ter sido rejeitada:
“A recomendação expedida pelo Ministério Público apresentava várias impropriedades, dentre elas a que recomendou ao Sr. Prefeito a revisão da licença”, disse ele, acrescentando: “Com argumentos técnicos e jurídicos,” a PGM resolveu não atender a recomendação do Ministério Público.”
Impactos no trânsito, no transporte público e na saúde
Para reforçar a necessidade de rever o plano da Emccamp para a área da antiga fazenda, o conselheiro Márcio Reis afirmou que “tem havido clamor social muito relevante em relação a esse projeto, tendo em vista o impacto que ele pode causar”.”
Ele também informou que a licença ambiental concedida ao empreend imento vence em quatro meses, em dezembro próximo, e que, “possivelmente por esse motivo estariam correndo para aprovar o projeto”.
Outra conselheira, a advogada Ana Luiza Andrade, que tem desempenhado papel muito importante na luta por transparência em relação ao projeto da Emccamp, assim como os advogados Débora Guimarães, Márcio Reis e Alexandre Augusto, todos representantes da 100ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, teve atuação decisiva na decisão dos conselheiros de rever o projeto.
Ana Luiza recordou que, numa reunião solicitada pelos Conselheiros do Compac à época e realizada com técnicos concursados da prefeitura, das diversas áreas, como trânsito, urbanismo, etc., foi constatado que o (Estudo de Impacto de Vizinhança) EIV, elaborado pela Emccamp, dentre outras falhas, “apresentava adensamento populacional (ou seja, mais gente do que o informado) aquém do que realmente viria para a cidade”, e que esse fator teria grande impacto “no trânsito, na necessidade de escolas, de saneamento básico, no transporte público e na saúde de Santa Luzia.”
População sonha com um parque
Para os que lutam para que a antiga fazenda seja transformada no Parque Natural Municipal Vicente de Araújo, a decisão dos conselheiros do Codema de rever o projeto do megaprojeto imobiliário é mais uma vitória.
Com isso, ganham mais tempo para convencer as autoridades – Prefeitura e vereadores – que esse projeto “Cidade Jardim” não trará qualquer benefício, ao contrário. E só vamos ganhar se o lugar for transformado em parque – o primeiro da área central de Santa Luzia.
Leia também: Quem foi o dono da fazenda que Santa Luzia quer transformar em Parque
A luta contra o loteamento da antiga fazenda de Vicente de Araújo continua
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