Secretário é convocado pela Câmara Municipal para explicar obra no Rio das Velhas, na Rua Felipe Gabrich

Secretário é convocado pela Câmara Municipal para explicar obra no Rio das Velhas, na Rua Felipe Gabrich
A obra para conter a encosta do Rio das Velhas foi iniciada pela Prefeitura em 24 de julho e está causando enorme polêmica. Foto: Luzias

Se você ainda não reparou, preste atenção na quantidade colossal de terra levada para os arredores da Rua Felipe Gabrich, onde a Prefeitura realiza obra emergencial de contenção da encosta do Rio das Velhas. O medo é que a terra acabe dentro do Velhas, assoreando mais ainda o rio e prejudicando, mais uma vez, o já sofrido bairro da Ponte.

Luzias

O secretário de obras de Santa Luzia, Bruno Almeida, deverá comparecer à Câmara Municipal na próxima terça-feira (5), para explicar aos vereadores o que é exatamente que a Prefeitura está fazendo para conter a encosta do Rio das Velhas, que cedeu na altura da Rua Felipe Gabrich, no bairro da Ponte.

A convocação, segundo o site Noticiando Santa Luzia, foi feita a pedido do vereador Ilacir Bicalho(PSC), preocupado com as muitas reclamações que vem recebendo de moradores e comerciantes da parte baixa da cidade, temerosos de que as chuvas cheguem e arrastem para o Velhas a montanha de terra colocada nas imediações da obra.

A placa diz que a obra estava prevista para começar no dia 10 de julho, mas os trabalhos só foram iniciados duas semanas mais tarde, em 24 daquele mês. Foto: Luzias

Relatório aponta irregularidades

O vereador disse ao Noticiando Santa Luzia que só solicitou a convocação de Bruno Almeida depois de recebeu relatório técnico apontando possíveis irregularidades na obra, prevista para terminar, de acordo com placa instalada no local, em 10 de outubro próximo.

Esse relatório, elaborado pelo engenheiro Luiz Fernando Souza Lima foi obtido  pelo Noticiando, que divulgou seu conteúdo: “ A prefeitura é acusada de realizar 1/3 da contenção sem a devida compactação, de expor um valor fictício da obra em sua placa e de não avaliar os motivos da degradação do solo.”

Em outro trecho do documento, o engenheiro afirma que   “os trabalhos hora em desenvolvimento encontram-se fora dos princípios da engenharia”. E complementa, “onde deveria ter sido avaliados diversos pontos importantes, já que os fatores que influenciam uma erosão de um solo podem ser diversos como, desmatamento, incêndio, urbanização indevida, mineração (…)”.

Há ainda um mundo de terra para ser utilizada na obra, colocada, no momento, aos longo da linha ferroviária. Foto: Domminic Arcanjo/Noticiando Santa Luzia

O relatório lista vários outros problemas relacionados  à obra no Rio das Velhas, o afluente mais importante do Rio São Francisco, tratado como lata de lixo por algumas empresas situadas às suas margens, que lançam ali todo tipo de detrito.

Há responsabilidade também do poder público, por permitir o lançamento no leito do rio de esgoto sanitário, ou seja, fezes e urina, de milhares de pessoas. E há ainda a irresponsabilidade de certos moradores, que jogam animais mortos e todo tipo de quinquilharia no velho Velhas.  Não é à-toa que a gente tem vontade de chorar quando olha para o que se transformou o rio.

Terra que não acaba mais

O Luzias esteve na Rua Felipe Gabrich para ver de perto a obra, depois que moradores da área entraram em contato com o site para manifestar sua preocupação com o trabalho que está sendo feito lá e com o mundo de terra depositado ao longo da linha ferroviária, em frente às casas.

Fomos pesquisar e encontramos no site da Prefeitura um artigo sobre o início das obras, com  a explicação para tanta terra. “A quantidade de terra necessária é calculada em cerca de 2.500 caminhões basculantes e o material será proveniente de todas as obras em curso realizadas pela Prefeitura, sobretudo a da cortina atirantada (paredão de concreto armado) da Av. Brasília.”

É grande a expectativa em relação às explicações que o secretário municipal de Obras, Bruno Almeida, dará aos vereadores nesta terça-feira e aos moradores da cidade que comparecerão à sede da Cãmara.

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